MECAIberê: Precisamos falar sobre Paula Vargas, vencedora do BudMECAChallenge
Conversamos com a DJ que recebeu o maior número de votos na competição superacirrada, levando pra casa R$ 5 mil e um estoque generoso de Bud

A gente nunca duvidou do talento da Paula Vargas, vencedora absoluta do BudMECAChallenge, mas depois de vê-la tocar ao vivo e a cores, fica fácil entender a quantidade de voto que a gaúcha levou na competição.
Para além dos dotes no comando da picape, Paula é ainda mestre na arte de ser fofa — e você pode testemunhar isso nesta entrevista exclusiva que fizemos com ela.
Qual a sua história com a música? Você é DJ há muito tempo?
Sempre tive uma ligação forte com a música, comecei a tocar piano com 5 anos e violão com 12, ia pra casa dos meus avós durante a infância e ficava limpando a coleção de vinis deles enquanto fazia o soundtrack das minhas tardes, na linha ia Chico, Caetano, Gal, Miúcha, Belchior, música brasileira em peso. Comecei a gravar coletâneas em CD’s para os meus amigos e familiares, montar listas em pendrives para dar de presente de aniversário, começaram a me chamar pra fazer algumas listas especiais e quando eu tinha por volta de 20 anos comecei a tocar em algumas festas, eu tocava desde música popular brasileira, maracatu, manguebeat, funk até black music, soul, hip-hop.
Quando eu tinha 22 uma amiga que produzia uma festa que flertava com música eletrônica e tava borbulhando aqui na cena de POA me chamou pra tocar, porque não né? Eu separei umas tracks de techno e deep house, uma parada bem comercial, ainda não conhecia muito da música eletrônica, apesar de já frequentar algumas festas do gênero. Deu certo.
A música eletrônica tem uma parada que te hipnotiza, quanto mais tu gosta da coisa mais-tu-gosta, teve o meu primeiro set, depois o segundo, depois o terceiro, minha pesquisa ia melhorando, começaram a me chamar pra tocar em outras festas, toquei em várias festas que admiro muito e que movimentam a cena de Porto Alegre.
Minha pesquisa seguia na linha do techno, o irmão mais ácido de Detroit, foi quando eu fui em um rolê e eu ouvi um cara tocando uma parada que tinha um groove incrível, era como se enquanto o som saia da caixa tu derretesse devagar, não tinha mais aquela martelada e sobriedade do techno, esse era o house, eu pirei.
Logo depois me chamaram pra tocar na Arruaça, acho que a galera tava esperando que eu tocasse techno, me colocaram em um horário legal no line, entre um pessoal que pesava mais no som, mas eu tinha preparado um set inteiro de house, e tava massa. O set foi muito bem recebido. Depois disso segui nessa linha até aqui.
Das músicas que tocou no MECAIberê, teve alguma que lhe causou particular emoção?
The Bottle do Gil Scott-Her, meu pai ouvia esse som quando eu era pequena, esses tempos tava ouvindo um set e tocou essa música, lembrei dele, da gente e do momento. É engraçado como a música nos atravessa de diversas formas.
Fora a letra, incrível.
Como e onde você busca referências e novidades musicais?
Faço pesquisas no soundcloud, procuro nomes de DJ’s e produtores que eu curto e vou pra onde me levam, ultimamente com pesquisa de house tenho lido bastante também, principalmente artigos, e isso tem me apresentado vários nomes foda.
Às vezes só de não ficar em casa na sexta e sábado de noite tu já descobre uma track nova.
Como foi tocar no MECAIberê? Tem um gostinho especial participar do evento por voto popular?
Eu toquei na primeira festa que teve na Fundação Iberê Camargo, a Subterrânea, em dezembro de 2016, ao lado de nomes muito fodas da música eletrônica, como Fractal Mood, Aninha, Manara. Depois fui chamada pra tocar no Vésper do Iberê, a convite de um amigo, toquei pro pôr-do-sol mais bonito de POA dois domingos desse ano em julho e setembro. E agora à convite popular pro MECA, há anos que eu vou e estar tocando no próprio evento agora é muito massa, fora que é incrível tocar em um festival, eu espero que seja o primeiro de muitos!
Fiquei muito feliz com todo o movimento que teve, muita gente votou em mim, isso me mostrou que além de ter mó galera que gosta de mim tem bastante gente que também gosta do meu som! Muita gente que me apoia, como meus amigos e minha família.
O que podemos esperar de Paula Vargas num futuro próximo?
Bá, nem eu sei. Quem sabe o MECA não me chama pro line do ano que vem? Vamos começar a campanha agora #MeChamaMECA hahaha brincandeira.
Só sei que se eu tiver toda essa galera que me apoiou meu lado eu to muito bem! Quem tem amigos tem tudo! Hahaha valeu galera e valeu Meca! <3